“Eu continuo a ser uma coisa só: um palhaço, o que me coloca num nível mais elevado do que o de qualquer político.” Charlie Chaplin

sábado, 29 de dezembro de 2007

A cisma da apreciação pela negatividade

Por: Gilberto Junior

“Vai existir um dia em que todos unir-se-ão para o bem comum – esse dia não existe”. Até que o povo, bobos da corte, defender o partidarismo, nunca vamos ser uma cidade decente. Não sei como uma cidade pequena consegue fazer transbordar tanta birra sem fundamento.


          Sim, eu gosto de falar, criticar. Mas também sei fazer um elogio quando merecido. E dói. Dói a minha intrínseca alma com as pessoas que agem de má fé. São esses seres desprezíveis que colocam a nossa cidade no calcanhar do mundo.
          Quinta-feira, 20, noite de calor agradável, cinco dias para o tão esperado natal. Eu estava no palco do centro de eventos de Campinas do Sul, apresentando o primeiro dia da semana natalina. Aproximadamente 500 pessoas presentes, apreciando os números artísticos que tomavam conta do tablado depois das 22h. A promoção era do Núcleo Cultural com apoio da Prefeitura Municipal e Câmara de Vereadores.
          Entre uma apresentação e outra, fazia comentários, lia frases natalinas, interagia com a platéia, enfim, descontraia o público até que o grupo chamado se colocasse na posição de ataque. Num desses comentários fiz um elogio a primeira dama, Rosangela Montepó e sua equipe de voluntários pela belíssima iniciativa de usar como enfeite natalino, reciclagem de lixo. Que sinceramente eu tiro o meu chapéu, me curvo diante de tão nobre atitude. Com todo o aviso que a mídia e instituições de ensino fazem sobre o aquecimento global e, toda a preocupação dos mais conscientes sobre esse fato, a reciclagem do lixo como decoração, tira de minhas mãos, aplausos.
          O que mais me chocou foi quando terminou as apresentações, inclusive a minha. Fui comprar uma água e, fiquei conversando com algumas pessoas. Após um tempo de bate papo me despedi do grupo e me coloquei em direção a minha casa, a pé, passo a passo caminhava lentamente, sem pressa. Na esquina entre a Rua Tiradentes e a Avenida Mauricio Cardoso, um senhor grisalho, de costume conservador se aproximou e bradou: “Giu, parabéns pela apresentação, mas como que tu vai parabenizar a primeira dama? Logo tu que escreve contra eles”. Olhei para este senhor e respondi que não tenho nada contra ninguém, só acho que as coisas precisam ser levadas mais a sério, e que o descompromisso geral com as coisas me coloca numa situação de indignação. E novamente o morador questiona: “mas dar os parabéns a eles?”. Olhei para seus olhos e respondi que não estou do lado de ninguém, de nenhum partido político, e que assim como as críticas são necessárias, os elogios também, independente de qual ideologia a pessoa que faz boas ou más ações, pertence. Falamos mais um pouco e cada um seguiu seu rumo.
          São pensamentos como esses que não deixam a nossa pequena cidade tomar proporções de maior expressividade. Como um povoado pode aviltar-se se o seu povo tem como princípio não acreditar no próprio potencial? O orgasmo de algumas pessoas de Campinas do Sul é assistir de camarote o erro alheio.
          Brilham as luzes natalinas, cintilam os olhos de nossas crianças ao passarem por esses raios luminosos. O encanto do velho, que aborda com suas renas na cidade de aproximadamente seis mil habitantes, termina, quando de seu saco de presentes uma aura de desilusão, espírito de porco e má índole saltam de sua sacola avermelhada e vão direto ao estômago de alguns cidadãos que, sem mastigar, cospem esta malvadeza para fora, atingido a todos com o mau hálito. Está proibido gabar.
          Um partidarismo nojento que não leva a nada. Seja de qualquer sigla, de qualquer crença partidária, a ementa de todos é linda, a prática - sórdida. Pior não é isso, a arte da política é necessária, ridículo são os integrantes das alas que contaminam o todo com pensamentos imundos. Vem dizer que não é uma bela iniciativa a reciclagem de lixo?
          Essas pessoas que se revelam contra as coisas boas que acontecem por aqui, poderiam usar como modelo os enfeites desse ano, para reciclar as próprias idéias, atitudes, vocabulário, intelecto e etc. Podem, também, usar a reciclagem para rever seus conceitos e não virar, no sentindo personalidade, mais lixo do que já são.



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3 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns Giu...
Essa é uma boa maneira de mostrar todo o potencial que tu tens.

Sucesso e, mais uma vez, parabéns pelos teus textos ...

Abraço,
Mateus Barato.

Anônimo disse...

Giu, mais uma vez, bem vindo ao mundo!! ñ te deprima, pos, as coisas são assim desde o calcanhar até o chapéu do mundo!! abraço!

Anônimo disse...

Ola

Gostaria de parabenizar o idealizador deste texto...vc Giu, pessoa integra e amiga.

Muito sucesso e novamente parabéns...

Bjo,

Roberta Wanzeniak